sábado, 30 de outubro de 2010

Filhos, por que tê-los?

Os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais.
Vitor Hugo disse que “Um lar sem filhos é como uma colméia sem abelhas”; acaba ficando sem a doçura do mel.
Certa vez, o Papa Paulo VI declarou que: “A dualidade de sexos foi querida por Deus, para que o homem e a mulher, juntos, fossem a imagem de Deus, e, como Ele, nascente da vida”. Isto é, doando a vida, o casal humano se torna semelhante a Deus Criador. Pode haver missão mais nobre e digna do que esta na face da terra?

Alguém afirmou, certa vez, com muita razão, que “A primeira vitória de um homem foi ter nascido”. Nada é tão grande e valioso neste mundo como o homem. A Igreja ensina que “Ele é a única criatura que Deus quis por si mesma” (GS,24). O Papa João Paulo II afirmou certa vez: “A Igreja quer manter-se livre diante dos sistemas opostos para optar só pelo homem”. E “O homem é a via da Igreja”.

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) ensina que o amor do casal é criador, por vontade de Deus:
“A fecundidade é um dom, um fim do matrimônio, porque o amor conjugal tende a ser fecundo. O filho não vem de fora acrescentar-se ao amor mútuo dos esposos; surge no próprio âmago dessa doação mútua, da qual é fruto e realização. A Igreja ‘está ao lado da vida’, e ensina que qualquer ato matrimonial deve estar aberto à transmissão da vida” (CIC, 2366 ).

E o Catecismo ensina que o casal é chamado a participar do poder criador de Deus e de sua paternidade: “Chamados a dar a vida, os esposos participam do poder criador e da paternidade de Deus. Os cônjuges sabem que, no ofício de transmitir a vida e de educar – o qual deve ser considerado como missão própria deles – são cooperadores do amor de Deus criador” (CIC, 2367).

Ao falar do “dom do filho”, o Catecismo também afirma:
“A Sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja vêem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais” (CIC, 2373; GS, 50,2). E conclui: “Os filhos são o dom mais excelente do 

Matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais” (CIC, 2378).
Será que acreditamos de fato nessas palavras da Igreja? Ou será que “escapamos pela tangente”?
Temos de reconhecer que se estabeleceu também entre nós católicos uma cultura “antinatalista”. Hoje impera a enganosa mentalidade de “quanto menos filhos melhor”; e o mundo já está pagando caro por este erro. 

Todos os países da Europa estão com a taxa de natalidade abaixo do mínimo necessário para se manter o número de habitantes. E os governos lançam incentivos para os casais se reproduzirem porque a população envelhece…
Por outro lado, a Igreja sempre ensinou o valor incomensurável da vida. O Salmo 126 diz: “Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas”. E “Feliz o homem que assim encheu sua aljava (…)” (Sl 126, 3-5).

Acreditamos ainda nessas palavras?

O amor é essencialmente dom. São Tomás de Aquino dizia que “O bem é difusivo” (Suma Teológica, I, q. 5, a.4, ad 1). Em outras palavras: ou o amor se doa ou então morre. E, para o casal, a maior doação é a da vida do filho. Quanto mais o amor do casal se multiplica, mais cresce o seu amor.
Santo Irineu (†202) resumia em poucas palavras toda a grandeza do homem: “O homem vivo é a glória de Deus” (Contra as heresias IV, 20,7).

O Papa João Paulo II declarou na Exortação Apostólica Familiaris Consortio” (FC) que: “A tarefa fundamental da família é o serviço à vida. É realizar, através da história, a bênção originária do Criador, transmitindo a imagem divina pela geração de homem a homem. Fecundidade é o fruto e o sinal do amor conjugal, o testemunho vivo da plena doação recíproca dos esposos” (FC, 28).
“O amor conjugal deve ser plenamente humano, exclusivo e aberto à nova vida” (Gaudium et Spes (GS),50; Humanae vitae (HV),11; FC,29).

O mesmo Sumo Pontífice afirmou ainda: “Alguns se perguntam se viver é bom ou se não teria sido melhor nem sequer ter nascido. Duvidam, portanto, da liceidade de chamar outros à vida, que talvez amaldiçoarão a sua existência num mundo cruel, cujos temores nem sequer são previsíveis. Outros pensam que são os únicos destinatários da técnica e excluem os demais, impondo-lhes meios contraceptivos ou técnicas ainda piores. 

Nasceu assim uma mentalidade contra a vida (anti-life mentality), como emerge de muitas questões atuais: pense-se, por exemplo, num certo pânico derivado dos estudos dos ecólogos e dos futurólogos sobre a demografia, que exageram, às vezes, o perigo do incremento demográfico para a qualidade da vida. Mas a Igreja crê firmemente que a vida humana, mesmo se débil e com sofrimento, é sempre um esplêndido dom do Deus da bondade. Contra o pessimismo e o egoísmo que obscurecem o mundo, a Igreja está do lado da vida” (FC, 30).

Muitos têm medo de não educar bem os filhos; mas, com Deus, é possível educá-los; basta que o casal se ame, crie um lar saudável e viva para os filhos, com todas as suas forças e com toda dedicação. O resto, Deus fará. Faça do seu filho um Homem… Isso basta.

Há hoje uma mentira muito difundida de que a limitação da natalidade é o remédio necessário e “indispensável” para sanar todos os males da humanidade. Não é verdade que o desenvolvimento depende do controle da natalidade; se fosse verdade a China não cresceria tanto.

Não há civilização que possa se sustentar sobre uma falsa ética, que destrói o ser humano ou que “impede o seu existir”. É ilógico, desumano e contra a Lei de Deus afirmar que para salvar a humanidade seja necessário sacrificá-la em parte.

O renomado historiador francês, e professor da Universidade de Sorbonne, Pierre Chaunu, na entrevista que deu à revista VEJA, de 11.07.84, sob o título “A Caminho do Desastre”, declarava que “Estamos no limiar de um mundo de velhos” e que a humanidade corre o risco de ver a “implosão da espécie humana”.

O relatório intitulado “Estado da População Mundial”, em 1987, da ONU, afirmou: “Depois da revolução verde, da biotecnologia, não se duvida mais que haja condições para acabar com a fome no mundo” (Folha de São Paulo, 15/06/87). E afirmou também: “Há 453 milhões de toneladas de trigo, arroz e grãos estocados em todo o mundo, e os agricultores dos Estados Unidos e da Europa Ocidental são pagos para não produzir”. Não há falta de meios para a humanidade existir, falta sim amor.

É urgente resgatar entre os casais cristãos o valor do filho e da prole como uma “bênção de Deus”, o que só se pode rejeitar por razões sérias; jamais por comodismo, medo ou egoísmo. Os casais cristãos estão devendo ao mundo uma resposta sobre esta questão; afinal, o maior de todos os valores é a vida. E não há trabalho mais digno e sublime do que gerar e bem educar seres humanos, os filhos de Deus.

De que o nosso mundo hoje mais precisa é de homens e mulheres com vocação autêntica para pais e mães. Chega de crianças “órfãs” de pais e mães vivos!

Deus não nos pede nada além de nossas forças: “O mandamento que hoje te dou não está acima de tuas forças, nem de fora de teu alcance (…) Mas esta palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração: e tu a podes cumprir” (Dt 30, 11-14).


Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com


fonte: http://www.sagradafamilia.org.br/

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Vaticano reconhece milagre de Irmã Dulce e inicia canonização

O Vaticano reconheceu, nesta terça-feira (26), um milagre atribuído a Irmã Dulce em 2001. Essa era a etapa que restava para a religiosa ser considerada beata. Agora, para ser canonizada, será necessário comprovar um segundo milagre. O processo de canonização será anunciado pelo Papa Bento XVI até o Natal, segundo informações de dom Geraldo Majella, arcebispo primaz do Brasil.
Em junho deste ano, fiéis fizeram vigília na Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em Salvador, em homenagem a irmã Dulce, que morreu em 1992 e é conhecida como Anjo Bom da Bahia.

De acordo com representantes das Obras Sociais de Irmã Dulce (Osid), o milagre é sobre uma mulher que chegou a ser desenganada pelos médicos após sofrer uma hemorragia pós-parto, em 2001, no interior da Bahia.
O médico Sandro Barral, um dos investigadores e peritos que confirmaram o milagre, considerou o feito como de preternaturalidade (quando a ciência não explica). A agraciada e a criança permanecem com a identidade sob sigilo, por recomendação do próprio Vaticano.
Segundo a Osid, para ser beatificada, o processo da freira baiana foi analisado por um grupo de teólogos, em seguida por peritos médicos e cientistas e, por fim, pelo colegiado de cardeais do Vaticano. Em todas as três etapas, o milagre atribuído a Irmã Dulce foi confirmado, por decisão unânime.
Para ser considerada beata, uma vasta documentação foi encaminhada ao Vaticano, que fez o reconhecimento jurídico sobre a veracidade do milagre atribuído a Irmã Dulce em junho de 2003. Em abril de 2009, a religiosa foi considerada venerável pela biografia. Isso, segundo a Igreja Católica, implica em dizer que Irmã Dulce teve uma vida de santidade.
Ainda de acordo com a Osid, a abertura do processo de beatificação começou em 17 de janeiro de 2000. No ano seguinte foi anunciado o milagre e, em 2002, o processo foi levado para análise do Vaticano.
 
Homenagens
O período da vigília foi o último que as relíquias da religiosa puderam ser vistas antes da beatificação. Relíquia é a designação católica para os restos mortais de uma pessoa antes de ser canonizada. No Brasil, três beatos estão na fila para serem canonizados. A beata catarinense Albertina Berkenbrock recebeu homenagem, na quarta-feira (20),  pelo terceiro aniversário de sua beatificação, ocorrida em outubro de 2007.

Glauco Araújo Do G1, em São Paulo
Fonte: G1 o Portal de Notícias da Globo - www.g1.globo.com  

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Conflitos familiares

Norma Emiliano
 
Os conflitos são inerentes ao processo de evolução dos seres humanos.

A relação em família é complexa, pois cada ser humano é singular em relação a sua história, temperamento, idade, composição genética, etc.. No jogo relacional há alianças e luta pelo poder.

Nos diversos relacionamentos, as diferenças individuais quanto às percepções e necessidades emergem, pois cada pessoa forma a sua própria percepção e tem necessidades num determinado momento. Essas diferenças no contexto relacional tornam-se as bases dos conflitos.

As diferenças, comumente, não são percebidas como oportunidades de enriquecimento e acabam sendo usadas de modo destrutivo. Assim, a diferença que leva a um conflito de interesse (discordância) é percebida como insulto e/ou desamor.

O casal ao interagir com os filhos influência na construção de suas identidades, bem como transmite-lhes modelos de relacionamento que serão levados para todas as áreas de suas vidas: amizade, profissional, amor, etc.

É vital ao bom ambiente familiar que o casal possua uma forte aliança, saiba lidar com seus conflitos, colabore entre si e satisfaça necessidades mútuas. Por outro lado, é importante também que em suas funções de pais, exista apoio à autoridade de cada um dos cônjuges com relação aos filhos.

Pode-se encontrar em qualquer relacionamento permanente, seja ele conjugal, entre pais e filhos, a família como um todo, ou relacionamento da família com outros sistemas sociais, formas de conflitos submersos, não resolvidos. Esse tipo de conflito pode acarretar distância emocional, disfunção física ou psicológica, ou envolvimento em uma aventura amorosa.

Quando há questões mal resolvidas entre o casal, uma ou mais crianças se envolvem no conflito marital, com a função de distrair os pais do conflito. Essa criança fica muito próxima de um ou ambos os pais, e as fronteiras entre as gerações são rompidas. Há uma excessiva dependência mútua e a autonomia da criança e dos pais torna-se limitada.

A falta de comunicação, somada à dificuldade para resolver problemas em conjunto são fatores negativos na criação dos filhos. As divergências dos pais, veladas ou abertas, em relação à educação dos filhos, os deixam confusos e, com freqüência, as crianças usam de manipulações, jogando os pais um contra o outro.

Os conflitos tornam–se mais fáceis de serem enfrentados quando ambos os parceiros compreendem as questões e suas origens. Para tal é necessário cada um entender e aceitar os seus próprios medos, valores, expectativas e proteções e também as do parceiro. Torna-se necessário ter clareza da ligação entre o presente e o passado. A percepção desta conexão possibilita que não se fique apenas repetindo padrões relacionais antigos, ou seja, dando respostas antigas a situações novas, levando para o casamento e para a nova família uma repetição do relacionamento anterior com os seus próprios pais.

Os relacionamentos adultos transferem, quase sem alterações, as características de disputas de poder entre pais e filhos, que cada um dos parceiros anteriormente tivera. Por exemplo, na luta pelo poder, pode-se observar que a mãe, normalmente é a detentora do controle no dia-a-dia; assim, tanto as meninas quanto os meninos podem resistir a isso. Quando adultas, as mulheres podem assumir esse mesmo papel, enquanto os homens transferem resistência às suas mulheres. Nesta luta pelo poder geram-se conflitos. Uma crise séria pode ser o ponto de partida para interromperr esse círculo vicioso. Mas uma estratégia duradoura é poder enfrentar os fantasmas do passado. 

Norma Emiliano é Terapeuta Individual, Casal e Família, e Assistente Social, e mantém a homepage Pensando em Família.
( http://www.pensandoemfamilia.com.br)
 
Publicado no Portal da Família em 05/10/2008

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A missão do Homem na Família

A Palavra de Deus nos afirma que o “Reino de Deus está próximo”. Teremos Céus Novos e uma Terra Nova e, por isso também, uma humanidade nova, um mundo novo… Agora não é tempo de medo, mas de luta! Luta para que possamos estar – com nossa família toda – onde o Senhor nos espera: em Céus Novos e uma Terra Nova.

Você não pode continuar a decepcionar Deus, que está esperando por você. Continue lutando pela fidelidade a Ele e àquela pessoa a quem Ele uniu você em matrimônio. O Senhor quis unir à família da Trindade, uma família humana: a de Jesus, Maria e José! Jesus pertence à família do Pai e do Espírito Santo, mas, ao mesmo tempo, pertence à família de José e Maria. Lindo, não é? Jesus pertence à família divina, mas ao mesmo tempo quis pertencer a uma família: a família de Nazaré. Deus quer que também as nossas famílias, seguindo os caminhos da Sagrada Família, venham a participar da maravilhosa família do Todo-poderoso.

Para destruir o plano do Altíssimo, a tentação tem um alvo: os homens. Ela quer destruir a nós homens, levando-nos para as drogas, para a prostituição, para o jogo, para o adultério. Nós homens somos atacados exatamente porque Deus nos escolheu para ser “o cabeça” do lar, “o chefe da família”. Ele nos colocou para “governar”! O inimigo sabe que quando se mata o cabeça tudo morre. Mas, se o cabeça vence, tudo vence! É por isso que somos tão atormentados pela tentação.

Deus vê a sua luta, o seu sofrimento! Ele sabe que não é fácil ser um homem de Deus. Por isso, Ele o ama infinitamente, com amor de Pai e não quer perdê-lo. Ele o ama, assim como ama Seu Filho Jesus e tem por você o mesmo entusiasmo, o mesmo carinho, a mesma alegria. Quando você tiver alcançado a vitória e chegado ao céu, Ele irá recebê-lo com um forte abraço de satisfação.

Nós homens precisamos muito das mulheres: da nossa mãe, das nossas irmãs, da nossa esposa. Nós homens precisamos nos unir, nos ajudar, para chegar aos Céus Novos e à Terra Nova! E, quando chegarmos lá, não poderemos estar sozinhos: nossa família inteira precisa chegar lá também.

Se até agora eram as mulheres – nossas mães, esposas, irmãs – que nos puxavam, é hora de mudar. A máquina é que puxa o vagão, não o contrário. Nós homens somos “a máquina”, e nossas mulheres trazem o “combustível” do amor! São elas que, com muito amor, paciência, sacrifício, bondade, entrega, abandono, têm realmente sustentado a nós e a toda a nossa família. Por isso, mulheres, rezem para que tomemos o nosso lugar e cumpramos a nossa obrigação!

Deus nos criou para irmos à frente, abrindo caminho e, assim, guardar, defender, proteger tudo o que vem atrás. Essa é a vontade de Deus. Ele espera nossa reação, e precisamos dar-Lhe uma resposta de homens. Precisamos nos sustentar: carregar, não apenas os fardos uns dos outros, mas nos carregar uns aos outros! Juntos, chegaremos aos Céus Novos e à Terra Nova!



Trecho do livro “Homem e mulher em sintonia” de Monsenhor Jonas Abib

Fonte: cançãonova.com