domingo, 28 de fevereiro de 2010

A importância da família

A sociedade precisa das famílias para realizar a justiça e a paz.O relato de São João sobre as Bodas de Caná (cf. cap. 2,1-11) mostra claramente como Jesus valoriza a família. Foi o primeiro milagre do Senhor, abençoando com Sua presença os noivos, que pretendiam iniciar uma nova família. Ele quis iniciar o anúncio do Reino em um casamento, mostrando que a família é importante para Ele. A família é a base, o esteio, o sustento de uma sociedade mais justa. Ao longo da história da humanidade, assistimos à destruição de nações grandiosas por causa da dissolução dos costumes, motivada pela desvalorização da família.No nosso mundo de hoje, depois que ficou liberado o divórcio indiscriminadamente, a família ficou ameaçada em sua estrutura e é por isto que vemos, através dos meios de comunicação e até na comunidade em que vivemos, cenas terríveis. Filhos drogados matam ou mandam matar os pais, pais matam filhos por motivos fúteis, mães se desfazem de seus bebês, quando não cometem o crime hediondo do aborto quando a criança não tem como se defender. Há problemas seríssimos. Quando os pais se separam, alguma coisa se parte no íntimo dos filhos. Eles não sabem se é melhor ficar com o pai ou com a mãe. No fundo, eles gostariam de ficar com os dois. Em paz e harmonia, é claro.O amor está sendo retirado do coração dos homens e das mulheres. E, em consequência disso, a família está perdendo a sua unidade e a sua dignidade. Isso acarreta a dissolução dos costumes. A família decai e a sociedade decai. Precisamos compreender e nos lembrar sempre de que Deus nos deu uma família a fim de que, num âmbito menor, nós pudéssemos aprender a amar todos os nossos semelhantes.
Fonte: Rádio Santíssimo FM

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Cercas ou Pontes?

Dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida de trabalho lado a lado. Mas agora tudo havia mudado. O que começou com um pequeno mal entendido, finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio. Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta.

- Estou procurando trabalho, disse ele. Talvez você tenha algum serviço para mim.

- Sim, disse o fazendeiro. Claro! Vê aquela fazenda ali, além do riacho? É do meu vizinho. Na realidade do meu irmão mais novo. Nós brigamos e não posso mais suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro? Pois use para construir uma cerca bem alta.

- Acho que entendo a situação, disse o carpinteiro. Mostre-me onde estão a pá e os pregos.

O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade.
O homem ficou ali cortando, medindo, trabalhando o dia inteiro.
Quando o fazendeiro chegou, não acreditou no que viu: em vez de cerca, uma ponte foi construída ali, ligando as duas margens do riacho.

Era um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou:

- Você foi atrevido construindo essa ponte depois de tudo que lhe contei. Mas as surpresas não pararam ai. Ao olhar novamente para a ponte viu o seu irmão se aproximando de braços abertos. Por um instante permaneceu imóvel do seu lado do rio.

O irmão mais novo então falou:

- Você realmente foi muito amigo construindo esta ponte mesmo depois do que eu lhe disse. De repente,
num só impulso, o irmão mais velho correu na direção do outro e abraçaram-se, chorando no meio da ponte.

O carpinteiro que fez o trabalho, partiu com sua caixa de ferramentas.

- Espere, fique conosco! Tenho outros trabalhos para você. E o carpinteiro respondeu:
- Eu adoraria, mas tenho outras pontes a construir...

Já pensou como as coisas seriam mais fáceis se parássemos de construir cercas e muros e passássemos a construir pontes com nossos familiares, amigos, colegas do trabalho e principalmente nossos inimigos...O que você está esperando? Que tal começar agora !!

Muitas vezes desistimos de quem amamos por causa de mágoas e mal entendidos. Vamos deixar isso de lado, ninguém é perfeito, mas alguém tem que dar o primeiro passo.

Quanto mais amigos tiver, melhor vai se sentir, sabe por que??!!

É bom demais Amar e ser amado é melhor ainda.

Pense Nisso e Construa Pontes ao seu redor.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Economia e vida

Artigo publicado pela Revista Família Cristã.

Ano 76 – No. 890 – fevereiro de 2010, pp.14-15

A CF (Campanha da Fraternidade), que já está na sua 46ª edição, continua realizando sua história de serviço à vida, à família e à sociedade. Neste ano, pela terceira vez, ela é realizada de modo ecumênica, tendo como tema: “Economia e vida”. A Campanha deste ano propõe, para toda a Igreja e a sociedade, uma reflexão mais comprometida com a situação socioeconômica da maioria de nossos irmãos que encarnam os novos rostos da pobreza na pluralista sociedade atual. No contexto da miséria e da fome, da falta de saúde e moradia, da precariedade no trabalho de um grande número de famílias que vivem uma realidade social que contraria o plano de Deus e sustenta a exclusão e injustiças diversas, sendo grandes os desafios que nos impulsionam a repensar nossas atitudes em relação à promoção da vida e da família e a construção de uma sociedade mais justa, humana e solidária.

Por certo, isso exige empenho para que tenhamos mais justiça e consciência pessoal e social, compromisso ambiental e compromisso no sentido de superação da miséria e da fome, tudo tendo como luz o valor da pessoa humana e da sua dignidade.

Aproveitando a oportunidade ímpar desta CF, evidenciamos que cabe a todos os brasileiros, a todas as pessoas de boa vontade e, especialmente, aos sacerdotes, agentes da Pastoral Familiar, movimentos, serviços e institutos familiares se empenharem a fundo na divulgação e desdobramento criativo desta Campanha. Que ela se concretize numa ação intensa, que abra espaço para os debates, ponderações e propostas de iniciativas definidas para superar o materialismo.

Ação e compromisso – A CF ecumênica de 2010 conclama a cada família a realizar uma séria revisão de vida para reconhecer as responsabilidades diante dos problemas decorrentes da vida econômica, em vista da própria conversão. As famílias também devem se envolver, reservando, por exemplo, um dia da semana para juntos visitar uma instituição, comunidade ou família carente, fazendo uma experiência de partilha; usar o dinheiro que recebe honestamente e com esforço, fruto do seu trabalho, comprando só o essencial e reservando o que economizou para necessidades especiais e para uma boa ação.

Os encontros entre famílias ao longo da campanha possibilitarão um diálogo e a buscar caminhos para uma colaboração efetiva em relação às questões econômicas que cercam as famílias. É necessário conversar sobre o assunto para formar maior consciência e consistência a respeito do modelo de sociedade que queremos construir.

Tomara que desta mobilização surjam muitas iniciativas locais e nacionais para defender corajosamente, sem concessões, a erradicação definitiva do analfabetismo em todo o Brasil; a eliminação do trabalho infantil; a jornada de trabalho acima daquela permitida por lei; a defesa das leis trabalhista; a garantia dos direitos de subsistência para uma vida digna, superando carências econômicas e limitações sociais. Precisamos passar de apenas discursos éticos a decisões e atitudes efetivas e eficazes, determinadas e fortes. Para alcançar as metas dessa campanha e indispensável mobilização das famílias, das forças sociais e da colaboração entre Igreja e sociedade para acompanharem e incentivarem os vereadores, deputados e senadores, na enorme responsabilidade que têm, dentro do Estado democrático de encontrar solução dos problemas sociais.


Pe. Bento, Luiz Antonio

é assessor nacional da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família e coordenador da Comissão de Bioética da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Licenciado em Filosofia, graduado em Teologia e mestre e doutor em Teologia Moral/Bioética, também é professor no Curso Superior de Teologia e Instituto São Boaventura, em Brasília (DF).

Fonte: Pastoral Familiar - CNBB